Nesta semana um terremoto de magnitude 6,2 atingiu a região central da Itália, destruindo parcialmente Amatrice, cidade a cerca de 150 km da capital italiana, Roma, matando ao menos 250 pessoas, ferindo dezenas e desalojando centenas de outras. O terremoto levou o país a declarar estado de emergência – e as autoridades pediram a suspensão de envio de ajuda a Amatrice porque a cidade não tem condições de armazenar alimentos perecíveis.
Resgate em Pescara Del Tronto (foto: Gregorio Borgia/AP)
Mas a noção real do que os italianos sentiram foi compilada em um “mapa do medo“, elaborado pelo Istituto Nazionale di Geofisica e Vulcanologia (INGV) a partir de respostas de mais de 10 mil pessoas que disseram ter sentido o tremor.
No site Hai Sentito Il Terremoto? (Você sentiu o terremoto?), os italianos puderam preencher um formulário e dar detalhes sobre sua localização, o que faziam no momento do terremoto (que aconteceu de madrugada), e como se sentiram. O que você vê no mapa abaixo é a representação gráfica da sensação de medo das pessoas.
As zonas vermelhas, ao redor do epicentro (marcado com um asterisco roxo) e em algumas outras zonas afetadas simbolizam uma taxa de 100% de pessoas que sentiram medo (a tradução do italiano “paura“). Mesmo regiões mais afastadas têm um índice de cerca de 50% a 75% de pessoas com medo durante o terremoto (em verde, amarelo e laranja).
Mapa mostra a sensação de medo dos italianoa com o terremoto de magnitude 6,2 desta semana (foto: INGV)
Ao responder “sim” ou “não” à pergunta “você sentiu medo?”, os italianos ajudam a mapear uma questão emocional sobre o terremoto que vai além dos danos físicos aparentes e da destruição revelada pelas fotos. Além de relatar a sensação durante o terremoto, os habitantes das regiões afetadas puderam também dar detalhes sobre as réplicas do tremor, que ocorreram continuamente desde então.
Risco elevado. Segundo um levantamento divulgado ontem, a Itália tem um risco maior que em qualquer outro país desenvolvido do Ocidente de que um fenômeno natural, como um terremoto ou uma inundação, transforme-se em uma catástrofe. O dado é do estudo World Risk Report 2016, que mapeia exposição a fenômenos naturais, risco e vulnerabilidade de 171 países. Segundo a Ansa, “o Brasil ocupa a 123ª posição, em uma situação pior que a Argentina (129ª), que o Paraguai (132ª) e que o Uruguai (124ª)”.
Foto de capa: Filippo Monteforte/AFP/Getty Images
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