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Writer's pictureGabriel Toueg

Pedido de civilidade quando não há civilidade

No fim de semana estava em Moema, na rua. Fumava meu cigarro. Apareceu um casal, seus quarenta e muitos anos. E ali, bem na minha frente, o sujeito comentou, para a mulher, apontando na direção de uma pequena sacola de lixo deixada na sarjeta:

Olha aí o subdesenvolvimento do nosso povo!

Cheguei a sentir solidariedade no comentário dele. Também sou dos que reclamam por coisas assim – como, por exemplo, quando alguém lava a calçada demoradamente com água… Chego a ficar irritado e já arrumei briga por isso. Mas então, em um momento o sujeito pareceu o mais babaca de todos. Abriu a porta de um carro estacionado em guia rebaixada, entrou, a mulher ao lado, no banco do motorista. Foram embora.

É fácil exigir civilidade e olhar o umbigo alheio quando não encaramos nossos próprios erros.

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